quarta-feira, 6 de junho de 2012

Ombro - Bursite x Pilates


Um dos nomes mais conhecidos na ortopedia é o da bursite, que é utilizado quando a bursa está inflamada. A bursa é uma bolsa presente em algumas articulações, preenchida por liquído e que tem a função de facilitar o deslizamento de tendões na articulação e também proteger proeminências ósseas. Atua como uma “almofada”. Encontramos bursas em diversas articulações, sendo as mais importantes: ombro, quadril, cotovelo, joelho, tornozelo e pé.
Existem várias causas para ocorrer uma bursite: excesso de movimentos, traumas, infecção, processos reumatológicos e gota. Frequentemente, acontece em esportes que exijam movimentos do braço por sobre a cabeça, tais como natação, tênis e arremesso. Também é comum, em atividades como carpintaria e pintura.




Sintomas

Toda vez que você move o ombro de modo a contrair ou irritar a bolsa inflamada há uma reação de dor. No topo do ombro, a bursite provoca dor quando você estende o braço lateralmente ou quando o volta para frente com a palma da mão virada para baixo. Estando a bursite localizada na parte posterior do ombro, a dor se manifesta pela torção do braço em ambas as direções. Pode haver também uma sensação de “mordida” num determinado ponto do movimento do ombro.
É difícil distinguir a dor da bursite e a de um estiramento de músculo ou tendão. A principal diferença é que a segunda se manifesta pelo acionamento ou alongamento do músculo, ao passo que a primeira está relacionada com o movimento do ombro, mesmo estando você completamente relaxado, por exemplo se deixa os braços oscilarem à deriva na superfície da água numa piscina. A bursite pode tornar-se mais dolorosa, se o problema se agravar, mas a dor será sentida sempre no mesmo lugar, toda vez que a bolsa é contraída numa posição que a irrite.
Pode apresentar pequeno edema e calor.

Tipos

Bursite Subdeltóidea Aguda:

A bursite subdeltóidea aguda é a causa mais frequente da limitação da mobilidade articular que não respeita as proporções capsulares. Esta doença tem início súbito, atingindo seu apogeu em apenas três dias. O paciente refere dores de intensidade progressiva, inicialmente localizadas no ombro e projetando-se em seguida até o punho. O exame revela acentuada limitação da mobilidade. Esta afecção difere do padrão capsular pela limitação predominante da abdução, enquanto a rotação externa se revela praticamente normal. As dores costumam ser muito intensas durante os primeiros dez dias; a cura espontânea leva cerca de seis semanas. É perfeitamente possível que ocorra uma recaída dentro dos cinco anos seguintes, seja no mesmo ombro, seja no lado oposto. A calcificação do tendão do músculo supra-espinhal é capaz de provocar a bursite aguda, quando os sais de cálcio se distribuem de repente na luz da bolsa subdeltóidea. A bursite aguda pode também ser a primeira manifestação de um processo reumático.

Bursite Subdeltóidea Crônica:

Pode ser primária ou secundária, em analogia ao que ocorre com afecções da articulação acrômio-clavicular. Todavia, cumpre assinalar que a bursite crônica não apresenta a continuação ou a sequela tardia da bursite agida. Essa última é uma doença inteiramente à parte.
A bursite crônica “primária” pode ocorrer em qualquer período etário entre os 15 e 65 anos. Parece ser secundária a alguma outra afecção do ombro, geralmente de natureza degenerativa, a qual por si só não provoca sintomas.
A bursite crônica secundária é muito mais frequente que a forma primária. Trata-se sempre de sequela de alguma afecção do manguito, de alguma patologia da articulação acrômio-clavicular ou da presença de irregularidades no acrômio e/ou no grande tubérculo (após fratura, por exemplo).

Bursite Subcoracóide:

A bursite subcoracóide manifesta-se por limitação dolorosa da rotação interna e a abdução permanecem normais. A rotação externa é completa quando executada passivamente, no ombro mantido em abdução de 90°. Nesta afecção, a dor é mais intensa durante a adução passiva horizontal, praticada adiante do corpo.

Tratamento

Medicamentos como antiinflamatórios e corticosteróides (infiltração ou uso sistêmico) são úteis no processo inflamatório. É importante não realizar a auto-medicação, procure um médico para que sejam realizados exames e seja prescrita a medicação ideal para cada caso.
Compressas de gelo são muito indicadas e tem bons resultados.

Tratamento (em termos de Fisioterapia)

Fase aguda

Para aliviar a dor e promover cicatrização, é necessário repouso da parte afetada pelo processo inflamatório, colocando a tipóia para evitar irritação contínua da bolsa. Contudo, uma imobilização completa pode levar à aderência de fibrilhas em desenvolvimento de tecido vizinho, enfraquecimento do tecido conectivo e alteração na cartilagem articular, pelo que, é importante serem realizados períodos intermitentes de movimento controlado para manter amplitudes e inibir a dor.
Devem ser utilizadas técnicas leves (movimentos passivos) de mobilização articular na articulação gleno-umeral dentro do limite da dor e exercícios pendulares.

Fase subaguda

Nesta fase a função deve ser recuperada sem se irritar a bolsa. É um período de transição durante o qual o movimento ativo pode iniciar e progredir com cuidado. Se a atividade é mantida dentro de dosagem e frequência seguras, os sintomas de dor e edema irão diminuir progressivamente a cada dia. A resposta do paciente é o melhor guia para saber com que velocidade e intensidade deve ser a progressão.
Devido ao uso restrito da região lesada, ocorre certo enfraquecimento muscular, pelo que, inicialmente se devem aplicar movimentos isométricos dentro da tolerância do paciente, começando cautelosamente com resistência leve e ir progredindo para exercícios isotônicos com resistência conforme for tolerado.

Pilates

Com a prática do PILATES, a qualidade e o equilíbrio muscular serão enfatizados através de exercícios específicos de força, flexibilidade e estabilização. Conseguimos atuar desde o início do tratamento realizando um tratamento individualizado para cada caso e assim podemos tratar e também prevenir novas lesões e/ou recorrências das antigas.
Um post com exercícios do método Pilates será publicado mais adiante!




Fontes:www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_exibe1.asp?cod_noticia=750
www.fisionet.com.br/patologias/interna.asp?cod=1

terça-feira, 5 de junho de 2012

Dia do Meio Ambiente



No dia 05 de junho comemora-se o dia do meio ambiente.
A criação da data foi em 1972, em virtude de um encontro promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas), a fim de tratar de assuntos ambientais, que englobam o planeta, mais conhecido como conferência das Nações Unidas.
A importância da data está relacionada às discussões que se abrem sobre a poluição do ar, do solo e da água; desmatamento; diminuição da biodiversidade e da água potável ao consumo humano, destruição da camada de ozônio, destruição das espécies vegetais e das florestas, extinção de animais, dentre outros.
É importante que a população seja conscientizada dos males causados pela poluição do meio ambiente, assim como de políticas que revertam tal situação.
E cada um pode cumprir com o seu papel de cidadão, não jogando lixo nas ruas, usando menos produtos descartáveis e evitando sair de carro todos os dias. Se cada um fizer a sua parte, o mundo será transformado e as gerações futuras viverão sem riscos.

Fonte:http://www.brasilescola.com/datacomemorativas/dia-mundial-do-meio-ambiente-ecologia.htm

sábado, 2 de junho de 2012

Ombro x Pilates - Parte 1 Anatomia

Olá, nesse último mês atendemos alguns alunos/pacientes com queixas de dores nos ombros, são alunos com patologias diferentes. Pensando neles, para ajudá-los a entenderem melhor sua condição vou postar uma série de posts sobre o ombro. E para que os leitores do blog e para aqueles que buscam tratamento possam entender melhor sua patologia e entender como o Pilates pode ajudar. Vamos começar pela anatomia!



Acima uma figura, encontrada em atlas de anatomia e abaixo um vídeo para ilustrar melhor, pena que não é em português!!





As estruturas importantes do ombro podem ser divididas em várias categorias:
·         ossos e articulações
·         ligamentos e tendões
·         músculos
·         nervos
·         vasos sanguíneos
·         bursa



Ossos e Articulações

Os ossos do ombro são o úmero (osso do braço), a escápula (omoplata ou "paleta˜) e a clavícula

O "teto" do ombro é formado por uma parte da escápula em formato de "dragona" chamado acrômio.No ombro existem quatro articulações verdadeiras. A articulação principal do ombro é chamada de articulação glenoumeral, formada pela cabeça do úmero em forma de "bola" que se encaixa em um "soquete" raso chamado de glenóide.




articulação acromioclavicular é o encontro da clavícula com o acrômio. A articulação esternoclavicular suporta a ligação do membro superior (braços e ombro) com o esqueleto axial na parte da frente do tórax.

Uma "falsa" articulação chamada articulação escapulotorácica é formada quando o ombro (escápula) desliza em lâmina contra parte posterior do tórax (costelas). Este conjunto é importante porque exige que os músculos que rodeiam a escápula trabalhem juntos para manter os movimentos do ombro.



 .A cartilagem articular é o material que cobre as extremidades dos ossos de uma articulação e é muito importante nas grandes articulações que suportam peso. A cartilagem articular é branca e brilhante e tem uma consistência que lembra muito a parte branca de dentro de um coco verde. É escorregadia, e permite as superfícies articulares deslizarem umas contra as outras sem causar qualquer dano ou atrito. Outras funções da cartilagem articular incluem absorver impactos e proporcionar uma superfície extremamente lisa para prover o movimento.  Nós temos cartilagem articular, essencialmente, em todos os lugares em que duas superfícies ósseas movem-se  uma contra a outra. No ombro, a cartilagem articular abrange a cabeça do úmero e a área do encaixe com a glenóide da escápula.

Ligamentos e tendões

Existem vários ligamentos importantes no ombro. Os ligamentos são estruturas moles que ligam (estabilizam) ossos aos ossos. A cápsula articular é uma bolsa elástica que envolve um conjunto articular.  No ombro, a cápsula articular é formada por um grupo de ligamentos que ligam o úmero à glenóide. Estes ligamentos são a principal fonte de estabilidade para o ombro. Eles ajudam a segurar o ombro no lugar e evitar o seu deslocamento (luxação). Pacientes que apresentam lesões ligamentares ou nascem com a cápsula articular e ligamentos mais frouxos podem desenvolver sintomas de instabilidade.
Tendões são parecidos com os ligamentos, mas são responsáveis por conectar os músculos aos ossos. Os músculos movimentam os ossos puxando os tendões.


Músculos

O famoso Manguito rotador é um grupo muscular formado por quatro músculos, o músculo Supra-espinhoso, o  Infra-espinhoso, Redondo menor e Sudescapular, eles tem como função principal manter a cabeça do úmero na cavidade glenóide quando o úmero se movimenta garantindo a estabilização da articulação do ombro. 
E para uma atuação do membro superior com força e destreza é necessário que a escápula possua uma boa estabilização contra o tronco, essa estabilização é feita basicamente pelos músculos: trapézio, rombóides, elevador de escápula e serrátil anterior, estes todo tempo estão contrapondo à ação da gravidade.

 Nervos
Todos os nervos que percorrem o braço e ombro passam pela axila e sob a articulação do ombro. Três principais nervos correm juntos no ombro: o nervo radial, o nervo ulnar e nervo mediano. Esses nervos transportam os sinais do cérebro para os músculos que movem o braço. Os nervos carregam também sinais de volta para o cérebro sobre as sensações como tato, dor e temperatura.


Vasos sanguíneos
Viajando junto com os nervos estão os grandes vasos sanguíneos que abastecem o braço com o sangue e nutrientes. O ombro apresenta um rico suprimento sanguíneo.


Bursas
Imprensada entre o manguito rotador e a camada exterior do ombro estão as volumosas estruturas conhecidas como bursas. Bursas estão por toda parte no corpo. Elas são encontradas em qualquer lugar do corpo onde duas estruturas movem-se com contato uma com a outra e são importantes mecanismos para reduzir o atrito entre estas estruturas. A bursa nada mais é do que uma bolsa entre duas superfícies móveis que contém uma pequena quantidade de fluido lubrificante.





Movimentos realizados pelo ombro

Flexão – esse movimento é realizado pelos músculos deltóide (parte clavicular), coracobraquial, bíceps braquial (cabeça longa), e peitoral maior (parte clavicular), este tendo ação como flexor até 60º. A flexão do ombro alcança uma amplitude de movimento de 180º, para isso, além desses músculos conta com o ritmo escapuloumeral, que entra em ação a partir dos 30º, que é a rotação para cima da escápula em 1º para cada 2º de flexão, através dos músculos escapulotorácicos trapézio (fibras superiores e inferiores) e serrátil anterior (fibras inferiores).

Extensão – esse movimento é realizado pelos músculos deltóide (parte espinhal), latíssimo do dorso, redondo maior, tríceps braquial (cabeça longa), peitoral maior (parte esternal), este tendo ação quando o braço estiver a 90º, a extensão é descrita como o retorno à posição anatômica, correspondendo a 0º.

Hiperextensão – esse movimento é realizado pelos músculos latíssimo do dorso e deltóide (parte espinhal), a partir da posição anatômica é possível alcançar 45º.

Abdução – esse movimento é realizado pelos músculos supra-espinhoso e deltóide, sendo que nos primeiros 90º o supra-espinhoso tem um maior torque, a partir de 90º o deltóide se torna mais ativo, com o supra-espinhoso desempenhando um papel de estabilizador da cabeça do úmero.
Para alcançar a ADM de 180º é necessário além desses músculos o ritmo escapuloumeral, este entrando em ação a partir dos 30º, realizando uma rotação da escápula para cima em 1º para cada 2º de abdução este movimento é realizada pelos músculos trapézio (fibras superiores e inferiores) e serrátil anterior (fibras inferiores), e o infra-espinhoso o subescapular e o redondo menor neutralizam o deslocamento superior produzido pelas fibras médias do deltoide.

Adução – esse movimento é realizado pelos músculos peitoral maior, latíssimo do dorso e redondo maior, a adução é classificada como o retorno à posição anatômica ou neutra, pode continuar além da posição neutra em até 75º de hiperadução, auxiliado pela rotação para baixo da escápula através dos músculos levantador da escápula, rombóides e peitoral menor.

Rotação medial – movimento é realizado pelos músculos subescapular, peitoral maior, deltóide (fibras clavicular), latíssimo do dorso e redondo maior, a partir da posição neutra é possível alcançar 45º.

Rotação lateral – movimento é realizado pelos músculos infra-espinhoso, redondo menor e deltóide (parte espinhal), a partir da posição neutra é possível alcançar 45º .

Abdução horizontal – movimento é realizado pelos músculos deltóide (parte espinhal), infra-espinhoso e redondo menor esse movimento acontece com o ombro a 90º de abdução e é possível alcançar aproximadamente 30º.

Adução horizontal - movimento é realizado pelos músculos peitoral maior e deltóide (parte clavicular), esse movimento acontece com o ombro a 90º de abdução e é possível alcançar aproximadamente 120º.

Circundação – a circundação é descrita coma a junção de todos os movimentos realizados pelo ombro.



Movimentos realizados pela escápula

Elevação – a elevação é realizada pelos músculos trapézio parte ascendente, levantador da escápula e rombóides, com a articulação acromioclavicular movendo-se superiormente em aproximadamente 60º.

Depressão – a depressão é realizada pelos músculos trapézio parte descendente e peitoral menor, a partir de uma posição de repouso é possível alcançar de 5 a 10º de depressão, esse movimento é importante na estabilização da escápula.

Protração – a protração é realizada pelo músculo serrátil anterior, com as margens mediais movendo para longe da linha média em até 15 cm, esse movimento também é chamado de abdução da escápula.

Retração – a retração é realizada pelos músculos trapézio parte transversa e rombóides, as margens mediais da escápula aproximam da linha média, esse movimento também é chamado de adução da escápula.

Rotação para cima – a rotação para cima é realizada pelos músculos trapézio parte ascendente e descendente e serrátil anterior (fibras inferiores), através de forças conjugadas ou conjugação de forças que é definida pela contração dos músculos em direções opostas para a realização do mesmo movimento, o trapézio contrai nas direções superior e inferior e medial com o serrátil anterior, alcançando 60º com a abdução ou flexão completa do ombro.


Rotação para baixo – a rotação para baixo é realizada pelos músculos levantador da escápula, rombóides e peitoral menor, constituindo outro exemplo de forças conjugadas, o levantador contrai na direção superior, o peitoral menor na direção inferior e o rombóides na direção medial. 


Fontes: https://sites.google.com/site/ombroecotovelo/informacao-ao-paciente/ombro/anatomia
http://www.fisioweb.com.br/portal/artigos/categorias/39-art-biomecanica/692-biomecanica-da-articulacao-do-ombro.html