quinta-feira, 19 de abril de 2012

Animação sobre a hérnia de disco

Uma rápida animação simulando a hérnia discal e aparecimento de osteófitos com perda de espaço intervertebral.

Cirurgias de coluna minimamente invasivas

Sempre procuramos novidades sobre saúde, exercícios e tudo mais que possa ser interessante para nós profissionais ou para nossos alunos. Hoje li uma reportagem sobre cirurgia de coluna. 
Temos muitos pacientes que praticam o Pilates para tratar de lombalgias, dores provenientes de hérnias de discos, dores causadas por artrose, entre outras.
Então ai vai a reportagem da revista Ciência Hoje.

Cirurgias de coluna minimamente invasivas para tratar hérnia e deformações de disco são feitas pela primeira vez no Brasil. Recuperação mais rápida e menos dor no pós-operatório são vantagens das novas técnicas.

Maria da Conceição Aguiar, aposentada de 50 anos, viveu dois anos de dor extrema na coluna. A causa era uma hérnia de disco que chegou a paralisar seu lado esquerdo do corpo. Na última terça-feira, ela foi submetida a uma cirurgia para tratar a doença. No mesmo dia teve alta e deixou o hospital de ônibus. Para quem já ouvir falar em cirurgias de coluna, a cena pode parecer inacreditável. Mas é a mais pura verdade. Maria e mais cinco pacientes participaram de uma série de cirurgias de coluna minimamente invasivas, algumas realizadas pela primeira vez no Brasil, no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

As cirurgias, apresentadas na última quarta-feira (11/04) no Simpósio Internacional de Cirurgias e Técnicas Minimamente Invasivas da Coluna (Siminco), foram custeadas por empresas fabricantes de material hospitalar e conduzidas por especialistas internacionais e médicos brasileiros. 
Chamadas de artrodeses, essas operações são usadas para tratar casos graves de hérnia e degeneração dos discos, 'amortecedores' que ficam entre as vértebras da coluna. Nesse tipo de cirurgia, é feita uma estabilização das vértebras para que elas não se movam, evitando a compressão e o desgaste do disco. É a compressão dos discos que causa dores na coluna e no nervo ciático, que se estende da região lombar até as pernas. 
Tradicionalmente, esse tipo de cirurgia é muito agressivo. Na fixação das vértebras são usados parafusos e pedaços de metal. Grandes cortes, de 15 a 20 cm, são feitos para introduzi-los. Para chegar ao osso, o cirurgião tem que afastar pele e músculos e acaba, inevitavelmente, danificando os tecidos – o que causa grande dor pós-operatória.
O trauma da cirurgia é tanto que o procedimento já se tornou um tabu entre muitos pacientes, como conta a professora Regina Machado, de 57 anos, que também foi operada com um método não invasivo no hospital universitário. “Uma conhecida minha fez a cirurgia tradicional e teve um pós-operatório muito sofrido, ela chegou a dizer que, se pudesse voltar atrás, não faria de novo, de tão grande que foi a dor.”
O medo não é infundado. “Há inúmeros casos de pacientes que saíram da mesa de operação incapacitados, tamanha a agressividade dessas cirurgias”, conta o médico Pil Sun Choi, da Universidade de São Paulo (USP), organizador do evento e presidente fundador do Comitê de Cirurgia Minimamente Invasiva da Sociedade Brasileira de Coluna.
Nas cirurgias de artrodese minimamente invasivas as incisões são bem menores, variando de 5 cm a 1 cm. A recuperação é quase imediata, com a alta em no máximo dois dias. 
Uma das técnicas trazidas pelo simpósio ao Brasil foi a Perpos 360, feita pela primeira vez na América Latina. Nessa cirurgia, um pequeno corte é feito na altura do disco danificado para introduzir uma espécie de canudo de metal por onde é inserido um dispositivo expansível coberto de enxerto ósseo artificial. 
Quando o dispositivo é dilatado, preenche o lugar do disco e une as vértebras. Para garantir a fixação, é introduzido outro canudo por onde é inserido um parafuso que atravessa as duas vértebras. Todo o procedimento é feito com o auxílio de imagem por radioscopia, que permite ver o que acontece por dentro do corpo em uma tela. 
Outra técnica avançada é a Apollon, que também usa radioscopia e canudos inseridos através da pele para introduzir parafusos nas vértebras. Os parafusos são fixados nas vértebras acima e abaixo do disco danificado e depois unidos por uma haste de metal inserida por uma pequena incisão na pele.
Em ambas as cirurgias, há pouco sangramento, poucos danos aos tecidos e menos tempo de internação em comparação aos métodos tradicionais. Mas as técnicas minimamente invasivas requerem mais tempo de aperfeiçoamento dos cirurgiões, além de instrumentos importados, e por isso, atualmente, são pouco usadas no Brasil – ocorrem apenas na rede privada de saúde.


Acesso para todos

As operações no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle são as primeiras cirurgias do tipo feitas na rede pública, mas apenas de modo experimental. “Essas cirurgias são o que temos de mais avançado hoje na medicina para tratamento vertebral”, afirma Choi. “Esperamos que essa iniciativa inaugure uma nova era em que milhares de pacientes da rede pública sejam beneficiados."
Apesar de serem indicadas apenas para casos mais graves de hérnia e deformação de disco e utilizarem um material com custo mais elevado, Choi defende que as cirurgias minimamente invasivas para a coluna têm um melhor custo benefício e deveriam ser introduzidas na rede pública. 
“A prevalência de problemas de coluna que necessitam de cirurgia é de cerca de 1% ao ano, mas se temos 200 milhões de habitantes no Brasil, 200 mil pessoas por ano precisam de procedimento cirúrgico”, calcula. “Além disso, se botarmos na ponta do lápis os custos que temos com sangue, pós-operatório e complicações decorrentes da cirurgia tradicional, elas saem tão caras quanto as minimamente invasivas –  é um barato que sai caro."
O médico conta que o Hospital Universitário da USP já tem uma equipe treinada capaz de realizar esse tipo de cirurgia. O mesmo afirma o diretor do hospital da Unirio, Paulo de Carvalho. “Temos o conhecimento para realizar as cirurgias, só não temos ainda o apoio financeiro do governo”, diz. E completa: “Precisamos mobilizar a sociedade, que paga impostos, os médicos, a comunidade científica, os políticos e as seguradoras de saúde para que a população tenha acesso a um tratamento digno que, hoje, só uma minoria pode ter."

Sofia Moutinho
Ciência Hoje

sábado, 14 de abril de 2012

Consumir soja pode trazer riscos a pacientes com câncer de mama

Mulheres que consomem soja quando adultas e sofrem de câncer de mama correm o risco de se tornar resistentes a um remédio usado no tratamento da doença, segundo estudo publicado nos Estados Unidos nesta segunda-feira. Uma pesquisa com ratos de laboratório fêmeas mostrou que aquelas alimentadas com soja durante toda a vida responderam bem ao medicamento tamoxifeno, popularmente usado no tratamento do câncer de mama, enquanto as que começaram a comer soja quando adultas e após terem desenvolvido câncer mostraram uma resistência a ele.
A pesquisa dá indícios das possíveis razões pelas quais o tamoxifeno para de funcionar e permite que os tumores se reproduzam novamente em algumas mulheres, explicaram os cientistas da Universidade Georgetown, que apresentaram suas conclusões em uma conferência em Chicago. "Os resultados sugerem que as mulheres ocidentais que consumiram soja quando adultas deveriam deixar de fazê-lo ao ser diagnosticadas com câncer de mama", disse a principal autora do estudo, Leena Hilakivi-Clarke, professora de oncologia em Georgetown.
A soja contém isoflavonóides que imitam a produção de estrogênio no corpo, só que em níveis muito baixos, e é considerada fonte de proteína saudável, encontrada em comidas como o tofu, o misô, os grãos e o leite de soja. Seus benefícios potenciais contra o câncer de mama estão vinculados aos baixos níveis de receptores hormonais positivos vistos em mulheres asiáticas, que vivem em locais onde é comum o consumo de soja.
Visto que o tamoxifeno é comumente prescrito a pacientes que sofrem de câncer de mama de receptor hormonal positivo, as conclusões do estudo indicam que a adoção de uma dieta rica em soja na fase adulta da vida poderia anular o efeito deste tratamento. O estudo foi apresentado no encontro anual da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer (AACR, na sigla em inglês).

Fonte: site Terra (notícias)

sábado, 7 de abril de 2012

Torção de Tornozelo - O Pilates pode ajudar

Todo mundo está sujeito a torcer o pé. Pode acontecer durante uma caminhada normal, basta ter um buraco na calçada, a pessoa pisa torto, força o tornozelo e... pronto! A região fica inchada, dolorida, e os ligamentos sofrem lesões que podem ficar para sempre.
Em outras palavras, a torção é um movimento anormal dos ossos que provoca lesão do ligamento. É menos grave que a luxação, que outro tipo de machucado da articulação.




O que fazer
A primeira atitude a ser tomada após uma torção de tornozelo é retirar o calçado para afrouxar a área. A região vai ficar inchada e avermelhada, e a melhor maneira de reduzir o inchaço é com gelo. Com o frio, os vasos sanguíneos ficam mais estreitos, o que reduz o sangramento interno do ferimento e, portanto, o inchaço.


O ideal é colocar compressas de gelo, de dez minutos cada, a cada dez minutos. É importante respeitar este intervalo para proteger a pele e as articulações. Para a pele, aliás, também é bom envolver o gelo em algum tecido. Compressas quentes são péssimas, pois pioram o inchaço.
Dica - Algo muito bom para ter em sua casa, são as bolsas de GEL, atualmente tem-se bolsas que podem ser usadas tanto para aplicação gelada ou quente, você pode mantê-las dentro da congelador, e caso ocorra um entorse ou uma pancada, pode usa-la sobre o local acometido.
Estes são apenas os primeiros socorros, pois é necessário seguir logo para uma consulta médica. A região machucada deve ser bem protegida no processo. No caso do tornozelo, não se deve pôr o pé no chão.
O especialista vai avaliar o inchaço para ver se o ligamento pode estar lesionado ou se houve fratura. Em muitos casos, ele vai pedir exames de radiografia – para verificar os ossos – e ressonância magnética – que mostra se os ligamentos estão bem.
A recuperação dos ligamentos é lenta e depende do tipo de lesão. Primeiro, a área fica inflamada, o que em média demora três dias. Depois, o ligamento começa a reconstruir as fibras, alinhando-as corretamente. Nesta fase, que pode durar até um mês e meio, é importante manter a articulação imobilizada. Por fim, o ligamento leva até um ano para voltar ao que era antes da contusão.
É importante respeitar os prazos de recuperação para que o tornozelo fique forte. Quando os ligamentos não cicatrizam direito, pode ocorrer um quadro conhecido como instabilidade crônica, que provoca novas torções ao longo do tempo.
Fisioterapia
 Um programa de reabilitação pós entorse de tornozelo deve levar em conta os seguintes fatores: A compreensão da estrutura e função da articulação do tornozelo, seus receptores associados, e seu envolvimento com o sistema locomotor, e no caso de atletas, treinamento específico para atender às demandas do esporte de forma a permitir o retorno pleno a atividade. Programas de reabilitação para o tornozelo devem abordar a proteção das estruturas ligamentares, manutenção da amplitude de movimento, fortalecimento da musculatura de suporte e treino de equilíbrio e propriocepção.
Durante a fase inicial do tratamento, os objetivos são: diminuir o edema e proteger as estruturas danificadas. Diversos têm demonstrado os efeitos prejudiciais do edema sobre a ação muscular reflexa [8]. Ao identificar este problema, o fisioterapeuta deve iniciar o protocolo PRICE (proteção, repouso, gelo, compressão e elevação). Exercícios suaves de amplitude de movimento podem ser iniciados ainda nesta fase.
Seguindo aos exercícios de amplitude de movimento ativo-livres conforme tolerado, pode-se começar a pensar em atividades contra resistência, pois o ganho de força é também um componente importante para o reforço da propriocepção.


Inicialmente, as atividades de resistência podem ser executadas aplicando-se a resistência manualmente, pois assim o fisioterapeuta é capaz de adaptar a sua resistência para alcançar um nível máximo sem dor. Além disso, evita-se o risco de suscitar um movimento inesperado ou inadequado do tornozelo.


Pode-se progredir para exercícios em cadeia cinética fechada (CCF) e exercícios de propriocepção. Caso o paciente pratique algum esporte o fisioterapeuta irá examinar de perto o desporto do atleta e tentativa de replicar as suas exigências, tanto quanto possível na reabilitação.

Como o Pilates pode ajudar?


A intervenção do PILATES se dá de forma segura e efetiva focando em exercícios de mobilização, fortalecimento, equilíbrio e em exercícios de propriocepção.
Realizando um bom trabalho de recuperação da articulação podemos evitar o quadro de instabilidade. Geralmente o aluno nos procura após ter consultado um médico e realizado fisioterapia. Após essa primeira fase podemos realizar uma avaliação e realizar um trabalho personalizado, sempre lembrando que o Pilates trabalha de forma global porém podemos utilizar o método para tratar diversas patologias inclusive os entorses de tornozelo. A seguir algumas imagens de exercícios e acessórios que podem ser utilizados para que trabalhar a região do tornozelo.


Footwork no cadilac
Exercício com Faixa Elática Foto: Posturale Studio Pilates
Exercício com Bosu  Foto: Posturale Studio Pilates
Almofada de propriocepção
Disco de propriocepção
Footwork no reformer. Foto: Caio Mello


Fontes: